quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Um novo século


Os primeiros anos do novo século não foram nada tranquilos pelos lados da Baixada, disputando a segunda divisão gaúcha desde 2000, com muitas dificuldades financeiras, além das cobranças da torcida, o clube voltaria a mostrar sua força apenas em 2004.

O ano de 2004 começaria muito bem, em fevereiro foi disputado o torneio citadino entre os 3 clubes: Brasil, Pelotas e Farroupilha. O torneio ficou conhecido como “Torneio da Paz” devido aos incidentes que resultaram na morte do torcedor áureo-cerúleo, Gilberto Bonow, no clássico Bra-pel realizado no ano anterior.

Os jogos foram realizados todos na Boca do Lobo já que a Baixada se encontrava em reformas e o Nicolau Fico não possui iluminação. No Far-Pel 3x2 Pelotas, no Bra-Far 1x1. No Bra-Pel pela fase de classificação o Brasil precisava pelo menos de um empate para ir a decisão e o Pelotas já estava classificado para a final. O xavante garantiu a vaga na decisão vencendo o clássico por 3x1. Os dois clubes se encontrariam novamente na decisão 3 dias depois.

O clássico dos 11 x 9

Dia 19 de fevereiro, dia da decisão do Citadino 2004, uma quinta feira a noite.

A torcida xavante se mostrava confiante e sedenta por um título, ainda mais em cima do principal rival, e foi em peso a casa do adversário, lotou o tobogã da av. Bento Gonçalves e a polícia precisou liberar mais espaço na arquibancada da rua Gonçalves Chaves já que havia muita gente do lado de fora e o Pelotas não havia lotado seu espaço...

O jogo foi cheio de emoções, aos 17 minutos o uruguaio Claudio Milar foi expulso, o jogo seguia muito tenso e aos 26 minutos Neuri fez falta dura em cima do atacante Giovani do Pelotas e também levou cartão vermelho.

Mesmo assim, o Brasil saiu na frente e fez 1x0 com o volante Careca aos 31 minutos. Aos 42 o Pelotas conseguiu o empate.

Mesmo com o final do primeiro tempo a torcida xavante cantava na arquibancada tentando passar seu apoio aos atletas, mesmo jogando com 2 jogadores a menos. O Técnico Rogério Zimmermann confessou mais tarde ter usado isso para motivação no intervalo.

No começo do segundo tempo, logo aos três minutos, o Pelotas vira a partida. O jogo se desenhava para festa da torcida áureo-cerúlea na Boca do Lobo. Vencendo a partida e com 2 jogadores a mais parecia impossível uma reação xavante, mesmo assim a torcida rubro-negra cantava, mostrando que não havia se entregado e dava força aos atletas.

Aos 40 minutos do segundo tempo, bola na área e Joel de cabeça empata a partida, loucura nas arquibancadas pelo lado do Brasil e o que parecia impossível aconteceu, o jogo iria pra prorrogação com o “Golden Gol” , quem marcasse durante os 30 minutos levava o título.

Durante a prorrogação a torcida xavante deu show e massacrou a torcida adversária no grito os áureo cerúleos haviam sentido o golpe do gol no final da partida e pareciam não estar acreditando no que estava acontecendo.

Aos 12 minutos do primeiro tempo da prorrogação, bola na área do Pelotas e o garoto Tiago Rodrigues que havia entrado no segundo tempo no lugar de Silvano, faz de cabeça encobrindo o goleiro Rafael que saiu mal do gol, o que parecia inacreditável aconteceu e o Brasil foi campeão do Torneio da Paz de 2004, o clássico que ficou conhecido como o “Brapel dos 11 x 9 “.

O repórter André Muller durante a transmissão e logo após o gol xavante comentou: “quem disse que torcida não ganha jogo? A torcida do Brasil ganhou essa partida!!”

A festa entrou noite a dentro e seguiu no outro dia com direito a carreata com caminhão de bombeiros.


O retorno ao convívio dos grandes no Gauchão

Embalado pelo título conquistado de maneira muito especial no citadino, o Brasil conquista a segunda divisão de 2004 com uma campanha impecável com apenas duas derrotas em 36 partidas e ainda teve o maior artilheiro da história da competição, Claudio Milar que terminou o campeonato com 33 gols. O Brasil está de volta ao convívio dos grandes do RS.


Em 2005 0 Brasil chega a final da Copa Emídio Perondi, no primeiro jogo 1 x1 na Baixada, mas em Novo Hamburgo o clube da casa vence por 3x0 e garante o título.

Estando novamente na elite do futebol do RS o Brasil começava a sonhar outra vez com vôos mais altos e voltava seus olhos para o campeonato Brasileiro da Série C. Em 2006 chega perto do acesso disputando o octogonal final com clubes tradicionais como Vitória, Bahia e Criciúma.

Em 2007 o Brasil chegou a mais uma final das copas promovidas pela FGF, a Copa Paulo Rogério Amoretty, mas perde a decisão contra o Caxias. No primeiro jogo na Serra, 1x0 para o Caxias na decisão em Pelotas o Brasil devolveu o placar, o jogo então vai para os penais, o Caxias foi mais competente nas cobranças e sagrou-se campeão.

No campeonato de 2008 a série C seria reorganizada e teria o número de participantes reduzidos a apenas 20 clubes, que seria o primeiro objetivo da direção do clube. A meta foi atingida com uma vitória de 3x1 sobre o Marcílio Dias na Baixada, um jogo atípico com o gramado totalmente alagado. O jogo ficou conhecido como o “Jogo da Chuva”. O Brasil ficou a um passo do acesso, deixando a vaga escapar na última rodada no Acre, precisando apenas de um empate mas não conseguiu resistir ao Rio Branco que venceu por 4x1.


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